A história de Maria ungindo Jesus com um unguento caríssimo é um episódio marcante nos Evangelhos, presente em diferentes versões, com nuances entre elas. Essa ação demonstra profunda devoção, amor e reconhecimento da divindade de Jesus, além de simbolizar a preparação para o seu sepultamento. Conheça um pouco mais sobre essa História.

Os relatos nos Evangelhos:

• Mateus 26:6-13: Ocorre na casa de Simão, o leproso. Uma mulher (não nomeada aqui) unge a cabeça de Jesus. Ele interpreta o ato como uma preparação para sua morte e sepultamento: “Porque, derramando ela este unguento sobre o meu corpo, fê-lo preparando-me para a sepultura.” (Mateus 26:12).
• Marcos 14:3-9: Similar a Mateus, também na casa de Simão, o leproso, e com a mesma interpretação de Jesus sobre o simbolismo fúnebre. Marcos destaca o valor do unguento: “E, estando ele em Betânia, assentado à mesa em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher, que trazia um vaso de alabastro com unguento de nardo puro, de muito preço; e, quebrando o vaso,¹ derramou-lho sobre a cabeça.” (Marcos 14:3).
• João 12:1-8: Ocorre em Betânia, na casa de Lázaro, Marta e Maria. É Maria quem unge os pés de Jesus e os enxuga com seus cabelos. João enfatiza o alto valor do perfume e a crítica de Judas Iscariotes: “Então Maria, tomando um arrátel de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a² casa com o cheiro do unguento.” (João 12:3).

Significados e simbolismos:

• Devoção e reconhecimento: A ação de Maria demonstra profunda fé e amor por Jesus. O ato de ungir era um gesto de honra, reservado a reis e sacerdotes. Ao ungir Jesus, Maria o reconhece como o Messias, o Rei dos reis.
• Preparo para a morte: Jesus interpreta a unção como um prenúncio de sua morte e sepultamento. O uso de unguentos era comum em rituais fúnebres na época.
• Sacrifício e generosidade: O alto valor do unguento (nardo puro) destaca o sacrifício de Maria. Ela oferece o que tinha de mais precioso em um ato de extrema generosidade.
• Contraste com a avareza de Judas: O episódio em João contrasta a generosidade de Maria com a avareza de Judas, que questiona o desperdício do unguento, alegando que o dinheiro poderia ter sido dado aos pobres. Essa crítica revela o coração ganancioso de Judas, que viria a trair Jesus.           Judas na verdade desejou a venda do referido perfume, e que seu valor fosse doado nas ofertas, porém sua real intenção não era ajudar os pobres, e sim, rouba-lo, pois era ladrão e tinha a bolsa. (Jo. 12:6)
• Maria represnta os que amam a Cristo não apenas com palavras, mas, com obras e de verdade. Judas representa os que não amam a Cristo e os que têm uma fé fingida e armazenam em seus corações todo tipo de ganancia, avareza e despreso pelas ofertas a Deus.

Versículos relacionados:

• João 11:2: “E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com unguento, e lhe tinha enxugado os pés com os seus cabelos, cujo irmão Lázaro estava enfermo.”³ Este versículo, antes do relato da unção em João 12, identifica Maria como a mulher que realizou o ato, conectando os dois episódios.
• Mateus 26:13: “Em verdade vos digo que, onde quer que este evangelho for pregado em todo o mundo, também será contado o que esta mulher fez, para memória sua.”⁴ Jesus reconhece a importância do gesto de Maria, prometendo que sua história seria lembrada para sempre.

Em resumo, a história de Maria ungindo Jesus com o unguento caríssimo é um poderoso exemplo de fé, amor, devoção e sacrifício. O ato simboliza o reconhecimento da messianidade de Jesus e a preparação para sua morte, contrastando com a avareza e a traição. A promessa de Jesus de que a história de Maria seria lembrada eternamente cumpre-se até hoje, inspirando milhões de pessoas ao redor do mundo.